A palavra Presbítero, de origem grega, significa: ancião. Assim eram chamados os líderes das igrejas cristãs citadas no Novo Testamento. Hoje, na maioria das igrejas evangélicas, a atuação principal do Presbítero é cuidar da área administrativa.
Há quem veja o Presbiterato, como um prêmio destinado ao homem cristão que se destaca por sua participação e carisma dentro da igreja. Haverá sempre quem diga: aquele moço merece ser presbítero! Entretanto, ocupar um cargo na administração eclesiástica na realidade exige engajamento, muita dedicação, a busca do saber instrumental, o aperfeiçoamento constante de habilidades gerenciais, postura de humildade e sobretudo, vida de oração. Em vista do comprometimento físico e emocional desta categoria de obreiros, ser eleito presbítero não se define como medalha de honra ao mérito, mas sim, a incumbência de uma obra repleta de desafios, onde a recompensa pode não chegar nesta vida, aqui na Terra.
Certo dia, os discípulos discutiam sobre quem entre eles deveria ser o líder. Pelo critério meritocrático, estariam se esmerando nos padrões humanos de sabedoria, de inteligência e avaliando a capacidade de articulação de cada um. Deste modo, o mais sagaz seria o maior. Mas haveria um impasse: quem gostaria de ser o menor? Quem gostaria de ser o servo de todos?
“Mas Jesus lhes disse: Os reis dos povos dominam sobre eles, e os que exercem autoridade são chamados benfeitores. Mas vós não sois assim; pelo contrário, o maior entre vós seja como o menor; e aquele que dirige seja como o que serve” (Lucas 22:25-26). Por conseguinte, ser uma autoridade eclesiástica para usufruir de suas prerrogativas é inútil no Reino de Deus, mas aquele que se dispõem como instrumento de bênçãos, isso é ser presbítero. Portanto, o mandatário da igreja, deve ser aquele que serve a todos, aquele que escuta a ideia do simplório, que acolhe o aprendiz, que valoriza os sentimentos de quem erra tentando acertar, que prefere incentivar ao invés de reprovar, que admoesta com amor e não com altivez, porque o Senhor da Igreja, Jesus Cristo, determinou que o maior deve ser como o menor.
Em seu mandato de cinco anos, o presbítero regente é um líder, muito observado no agir e muito cobrado quanto à pontualidade. Juntamente com o pastor, exerce o governo e a disciplina, zela pelos interesses da igreja na comunidade local e nos concílios institucionais superiores, auxilia na visitação, instrui os neófitos, consola os aflitos, cuidando da infância e da juventude. Por tão nobre disposição, o Apóstolo Paulo instrui à igreja, nos seguintes termos: “e rogamo-vos, irmãos, que reconheçais os que trabalham entre vós e que presidem sobre vós no Senhor, e vos admoestam; e que os tenhais em grande estima e amor, por causa da sua obra. Tende paz entre vós” (1 Tessalonicenses 5:12).
Partindo da premissa, que o líder emerge do povo, sabemos que a autoridade do presbítero apoia-se, não somente nos princípios institucionais da organização religiosa, mas também na admiração e na confiança que a igreja confere ao indivíduo que lhe representa. Sua força e coragem respondem aos estímulos externos que, por vezes são elogios, por vezes são críticas pontiagudas. Mediante o exposto, às vezes nos esquecemos que o presbítero tem sentimentos, que tem fraquezas humanas, que também chora e que seu olhar, talvez evidencie cicatrizes do passado existentes na alma. Por isso, ele não dispensará o abraço amigo, a compreensão de todos e o perdão da igreja, quando o erro humano for mais aparente do que seu esforço para acertar. Afinal de contas, ninguém é perfeito!
A estes que, abraçaram a missão do presbiterato, dedicamos as palavras do Apóstolo Paulo: “Portanto, meus amados irmãos, mantenham-se firmes, e que nada os abale. Sejam sempre dedicados à obra do Senhor, pois vocês sabem que, no Senhor, o trabalho de vocês não será inútil” (1 Coríntios 15:58).
Escrito por:
Rev. Ailton de Oliveira