“Pais, não irritem seus filhos, para que eles não desanimem” (Colossenses 3:21).

Histórias de meninos que aprendem a se defender sozinhos no mundo, é o típico clássico literário encontrado na obra de Rudyard Kipling (1893), o escritor de: Mogli. O enredo apresenta um indivíduo juvenil se desenvolvendo sem os pais, escapando do Tigre e da Serpente enganadora, e no final da história acaba tudo bem. No mundo real, o romantismo do final feliz não prevalece na formação de crianças acostumadas com a falta de diálogo com os pais.

É um comportamento comum, meninos e meninas se afastarem dos pais, no desejo de afirmar autenticidade. A partir da imagem idealizada de independência, os jovens esperam ser percebidos e valorizados. Quem não gosta de elogios? Haja vista, o tanto que se comunicam pelas redes sociais, mais do que sentados à mesa para conversar em família.

Bem se sabe, que a comunicação entre pais e filhos é muito importante, mas existem pais que se afastam dos filhos, ocupando-se demasiadamente com a vida profissional, por causa de complicações financeiras. Outros pais, simplesmente se esquecem de dedicar um tempo de qualidade para a família. Enquanto isso, a juventude vai tomando gosto de vagar nas madrugadas, pelas ruas perigosas da cidade.

Há também, os pais que conversam na intenção de corrigir imediatamente os filhos, naquilo que julgam ser necessário, e por vezes, agem como um tigre assustador, usando palavras ofensivas. Palavras mal pensadas podem machucar, podem dividir, podem afastar a juventude, quando não se tem paciência para escutar e humildade ao falar. Por conta desses e outros aspectos, os adolescentes se irritam, se isolam e alguns cometem erros estúpidos. Os pais precisam ter “muita calma nessa hora”.

Existem pais que amam mais a educação, do que o filho sem educação; existem pais que deixam os filhos "soltos no mundo", porque criá-los dá muito trabalho; existem pais que são ao mesmo tempo, protetores e também o tigre que retalha. Há filhos que se sentem tão incapazes de corresponder às expectativas inegociáveis dos pais que, desanimam de conversar com os pais e se afastam, acreditando que não são queridos. Há casos que, de fato não são.

Meninos e meninas precisam ouvir elogios, mas quando só há broncas dentro de casa, eles vão buscar quem reconheça seus valores no “mundo lá fora”. A voz do equívoco gritará dentro de seus corações dizendo: Fuja de seus pais...! Fuja!

Longe dos pais, a juventude encontra o acolhimento enganoso das serpentes desse mundo, prontas para aliciar mais uma vítima. Os falsos amigos, o traficante de drogas e outros tipos de má influência, sabem remediar a carência de um jovem indefeso, falando "meias verdades", mas não revelam que só querem dar um bote.

A canção: Trem-Bala Bala, de Ana Vilela, diz assim: "Segura teu filho no colo, sorria e abrace teus pais enquanto estão aqui, que a vida é trem-bala, parceiro e a gente é só passageiro prestes a partir".

Portanto, não espere nem mais um dia, para replantar o afeto dentro do seu lar, porque ninguém precisa mais ficar fugindo de uma relação que pode ser boa.

“Pais, não irritem seus filhos; antes criem-nos segundo a instrução e o conselho do Senhor” (Efésios 6:4).

Comece com um abraço, um elogio, permaneça ao lado e sorria. Seja pai! Seja mãe! Seja amigo! Mas seja também, o filho que perdoa, tornando-se próximo.

Rev. Ailton de Oliveira