“... a glória dos idosos, está nos seus cabelos brancos” (Provérbios 20:29).

Pesquisadores dizem que a terceira idade está vivendo mais. Poderíamos concluir então, que os idosos estão se adaptando ao ritmo do mundo pós-moderno? Cresce o número de gente que esquece coisas e nomes, igual a gente. Gente que hoje anda devagar, divide a calçada com gente apressada.

Ainda me lembro de um senhorzinho simpático, que disputava espaço no comércio, empurrando sua carrocinha de biscoitos. As vendas iam bem, mas suas mãos tremiam e os pés pareciam inchados. Para reforçar o orçamento do lar, ele resistia ao cansaço com bom humor. Alguém deve lembrá-lo de tomar os remédios! Talvez, os preços dos medicamentos controlados o ajude a lembrar, que só o dinheiro da aposentadoria não é suficiente para pagar a farmácia.

O ônibus passa, vê a senhora idosa e não para. Depois de muito tempo, outro ônibus encosta no meio-fio. Apressando o passo para entrar, ela sente uma dor latejante na perna e percebe que os degraus são sobremodo altos, mas segurando na porta, adentra no veículo fazendo cara de dor. O ônibus sacode os passageiros de um lado para o outro, enquanto à anciã busca um assento disponível. Em uma sociedade egoísta, muitos se esquecem de pensar nas necessidades e direitos do outro.

"Levantem-se na presença dos idosos, honrem os anciãos, temam o seu Deus. Eu sou o Senhor" (Levíticos 19:32).

Em outro momento, o senhorzinho se atrapalha no balcão de uma loja. Parece que a atendente não explicou com clareza, então ele se irrita, mas depois sorri afavelmente, como quem suplica pela paciência da vendedora. Graças a Deus, ainda há pessoas atenciosas e tolerantes neste mundo, mas há também, gente nova que esquece que um dia envelhecerá.

“Não repreenda asperamente o homem idoso, mas exorte-o como se ele fosse seu pai…” (1 Timóteo 5:1).

Há quem reclame do velhinho que entrou na frente da fila. E na “saidinha do banco“, um criminoso o espera para roubá-lo, aproveitando-se da saúde debilitada do cidadão idoso e vulnerável, que anda desatento na calçada.

Os anos passam, energia física se esvai, mas a sabedoria é a chama alimentada pela experiência. O ancião observa a candura das novas gerações e tenta dizer algo que possa melhorar o mundo, mas quem o ouvirá? Tem gente que destrata gente. Tem gente que esquece de ser gente.

"Da mesma forma, jovens, sujeitem-se aos mais velhos. Sejam todos humildes uns para com os outros, porque Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes" (1 Pedro 5:5).

Que gente nova reconhecerá o vencedor, ao vê-lo acamado, sob os cuidados da enfermeira? Pela manhã, raios de sol acariciam seus cabelos brancos na varanda e na noite fria, o cobertor é o abraço, quando alguém esquece de abraçar o pai, a mãe, o avô ou a avó. Quem segurará sua mão no dia dor? Quem estará ao seu lado, quando a um passo da eternidade, o ser longevo esquecer nossos nomes e seu sorriso transformar-se em lembrança, que aos poucos vai se apagando no porta-retratos?

“Mesmo na sua velhice, quando tiverem cabelos brancos, sou eu aquele, aquele que os susterá. Eu os fiz e eu os levarei; eu os sustentarei e eu os salvarei” (Isaías 46:4).

Se não interessa a você refletir sobre a vida das pessoas idosas, é porque talvez você seja gente que esquece. Portanto, não se esqueça das orientações dos avós, dos conselhos dos pais e daquele livro muito velho chamado de Bíblia, cuja mensagem te ajudará a lembrar que Deus não se esquece de você.

Rev. Ailton de Oliveira