“...E andaram três dias no deserto, e não acharam água. Então chegaram a Mara; mas não puderam beber das águas de Mara, porque eram amargas; por isso chamou-se o lugar Mara. E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de beber?” (Êxodo 15:22-24)

A imagem do Deserto é um exemplo didático, porque a vida é uma caminhada de risco e por vezes solitária, onde uns conseguem chegar onde precisam e outros vivem na sequidão. Tempo e trabalho são empenhados na realização de um propósito, cujo ânimo vai se esgotando, e quando o resultado não corresponde à sede de respostas, a felicidade evapora. Ninguém está isento de um dia passar por amarguras.

Imagine a expectativa de homens, mulheres, crianças e idosos, quando avistaram de longe as águas de Mara, depois de caminharem três dias no Deserto. Tente imaginar o desespero que sentiram, quando descobriram que não podiam saciar a sede com as águas de Mara. Por isso, eles murmuraram. Mesmo depois da extraordinária experiência de atravessar o Mar Vermelho a seco e de serem libertos da escravidão do Egito, as circunstâncias urgentes os fizeram duvidar da Promessa e do caráter de Deus.

Então, Moisés clamou ao Senhor e Deus mostrou-lhe uma árvore, a qual foi lançada nas águas, e as águas se tornaram doces. A mesma água que antes era amarga, depois de transformada, todos puderam beber. Na hora mais amarga, o milagre de Deus aconteceu.

Observando a trajetória de Israel no Antigo Testamento, em tempos de prova e murmuração, compreende-se que a aflição em “Mara” serviu de treinamento no exercício da fé e da obediência. Através do líder Moisés, Deus começou a lhes dar ordenanças, garantindo-lhes o bem-estar, se eles obedecessem às orientações divinas. As providências não viriam do acaso, nem das águas encontradas no caminho, mas sim, de Deus. Eles precisavam confiar na Palavra de Deus.

Depois de Mara, Israel continuou a viagem em direção à Canaã, passando por um lugar chamado Elim, onde havia doze fontes de água e setenta palmeiras e ali acamparam. Elim significou um tempo de descanso, porém, os tempos mudam. Mais à frente, a provação do Sinai os aguardava, onde teriam que ser fiéis ao Senhor, enquanto Moisés não descesse do Monte com as Tábuas da Lei.

A vida é cheia de dias doces e dias amargos. Temos que conviver com pessoas gentis e pessoas narcisistas. Existem pessoas sedentas de atenção e de respostas, mas está pronto para ouvir o clamor, daqueles que confiam em sua Palavra. Seja qual o tipo da sua sede, saiba que o tempo de “Mara” (situação amarga) vai passar, e depois virá um dia melhor. Mas uma coisa é certa: nas horas amargas, o milagre de Deus acontece.

Rev. Ailton de Oliveira