“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.” (Eclesiastes 3:1)

A Sabedoria de Deus não é o tipo de conversa que costuma interessar às pessoas alheias à fé cristã. Iniciar o diálogo a partir de um desenho animado que todos gostam, é por vezes oportuno. Todavia, o discurso deve fundamentar-se na Bíblia.

O roteiro de “O Rei Leão”, mostra um pai (Mufasa) ensinando ao filho (Simba) sobre o grande ciclo da vida, cujo desfecho pode ser analisado e conceituado com base nos ensinamentos de Salomão. O trecho da conversa se desenvolve assim:

Mufasa - Olhe Simba, tudo isso que o sol toca é o nosso reino. O tempo de um reinado se levanta e se põe como o sol. Um dia o sol vai se pôr com o meu tempo aqui e vai se levantar com o seu tempo, como um novo rei.

Simba - Tudo isso será meu…?!

Mufasa - Tudo isso.

Simba - E aquele lugar escuro lá?

Mufasa - Aquele lugar escuro fica além da nossa fronteira, por isso você jamais deve ir lá.

Simba - Mas o rei não pode fazer tudo que quiser?

Mufasa - Há muito mais que um rei tem que fazer, além de sua vontade. Tudo que você vê, faz parte de um delicado equilíbrio e como rei, você precisa compreender esse equilíbrio e respeitar todos os animais, desde a formiguinha, até o maior dos antílopes.

Simba - Mas nós não comemos antílopes?!

Mufasa - Sim, mas quando você morre, seu corpo vira grama e o antílope come a grama. E assim estamos todos ligados, no grande ciclo da vida.

O capítulo 3 de Eclesiastes cita os diversos subciclos da existência humana, como etapas de uma vida inteira, que é chamada de: “o grande ciclo da vida“ no desenho do Rei Leão. Durante a vida, o homem planta e colhe, fere e cura, edifica e derruba, chora e ri, espalha e ajunta, busca e perde, fala e se cala, ama e deixa de amar. Em destaque, o autor bíblico cita o exercício do trabalho, como aspecto essencial para o homem, que é ávido em fazer planos e errar em suas escolhas, quando este não reconhece que a resposta certa vem do Senhor.

Na selva humana das grandes cidades, “a sorte se lança no regaço” onde há: disputas brutais por oportunidades de emprego; uns vencem na vida e outros ficam endividados; os fortes exploram a boa fé dos mais frágeis. Para alguns, aceitar “o grande ciclo da vida“ pode ser um horizonte escuro e angustiante no mercado competitivo e globalizado.

Mais feliz é a pessoa que compreende que o futuro é controlado pelo Criador. Sendo assim, o cristão não depende de sorte ou azar. Tudo passa e “o homem volta ao pó”. Sendo assim, o que mais importa é alegrar-se no Senhor e em suas obras, porque essa é a porção do ser criado por Deus.

Considere esta reflexão, uma lição de pai para filho: Respeite as limitações dos mais frágeis e a voz dos mais idosos; há muito mais coisas que você tem que fazer e aceitar, além de sua vontade; use os dons que Deus te deu e assuma seu papel como cidadão cristão. Sobretudo, contemple as obras do Criador e busque direção na Palavra de Deus, para que possa viver com satisfação no grande ciclo da vida.

Rev. Ailton de Oliveira